CHEGADA
AO RIO DE JANEIRO
Anotação
sobre o ano de 2010
Quando cheguei, o táxi passou
próximo a uma zona portuária onde vi a favela. O coração saltava. Mais à
frente, fomos atravessados pela luz de um sol tão único, que nunca mais vi. Os
raios refletiam nas pedras e no verde da mata ao redor. Um verde, ao qual meu
olho, completamente ignorante, ainda não se acostumou. Do lado e do outro as
coisas duplicavam, cresciam, brotavam pela janela em movimento. Foi então que,
pela primeira vez, senti-me confortável em uma cidade. Senti-me inteiramente
conformada à ideia daquilo que sempre fui: uma pessoa que não pertence a este
lugar.
Rio, 29/08/2013