quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

OS BASTIDORES: O QUE A GENTE ESCREVE ANTES DE ESCREVER


  HELENA


Caiu nas mãos do poeta Augusto Frederico Schmidt, assessor no governo JK, um surpreendente relatório de prestação de contas do município de Palmeira dos índios –AL. Reza a lenda que o autor do relatório recebeu uma solicitação urgente do poeta para que lhe fosse enviado o romance que este estaria guardando. E foi assim que Graciliano Ramos saiu da gaveta. 
Com Helena em Cerro, dia 09/12/2014. (Nossa única foto, acho)

Mais de 50 anos depois, eles não sabem, não há mais tempo para tanto. Não há mais tempo para tecer um começo.  Meu assunto com Helena era apenas um Sim ou Não. Enviei-lhe um email no dia 13 de janeiro, perguntando se ela poderia me orientar no Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior, no caso, Uruguai, e junto seguiram meu currículo e um artigo. Ela me respondeu. No dia seguinte. Então: (re)conheci Helena. Agora estou há cinco meses com ela aqui, em Montevidéu. Também estou a duas semanas de voltar para casa. E sei, sinceramente, que seria melhor para ambas, se eu iniciasse esse texto como deveria ser: uma resenha sobre o romance de Helena. Mas cada letra escrita me faz pensar que tenho o poder de multiplicá-la Escrevendo infinitamente histórias de começos. De escritores. De gente apenas. Helena, estou há dias tentando colocar toda areia do Mar Del Plata numa garrafinha pet. 




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